domingo, 27 de fevereiro de 2011

A QUESTÃO ENERGÉTICA

                                                           

O aumento do consumo energético no mundo vem causando problemas socioespaciais expressivos que afetam a qualidade de vida em diversos países. A charge selecionada trata de importantes questões da geopolítica internacional que merecem crescente atenção para que problemas estruturais não sejam ampliados, notadamente nos “Países do Sul”.

a) Interprete a charge à luz da importância do projeto mostrado para os “Países do Norte”.
b) Identifique e explique o problema estrutural da agricultura dos “Países do Sul” ao qual a charge se refere.

Resolução

a) A crescente demanda por energia dos “Países do Norte” (os EUA, notadamente), além da busca por fontes energéticas alternativas ao petróleo, forçam políticas de incentivo à produção e destinação da biomassa advinda de atividades agrícolas diversas para a indústria de energia, sendo a produção do etanol uma delas.

b) O problema estrutural identificado é o da manutenção da submissão do setor agrícola dos “Países do Sul” aos interesses dos mercados internacionais, notadamente os dos “Países do Norte”. Ainda nos dias atuais, muitos “Países do Sul” submetem a sua organização produtiva a um padrão de economia agroexportadora.

(FEI) Na tabela a seguir, são apresentados dados de 2007 sobre a produção de petróleo de países e blocos econômicos:
Fonte: ANP (Agência Nacional do Petróleo), Anuário, 2008.

As letras a, b e c correspondem respectivamente à produção:

a) da China, da OPEP e dos EUA.
b) da Rússia, dos EUA e da OPEP.
c) dos EUA, da OPEP e da Rússia.
d) dos EUA, da Rússia e da OPEP.
e) da China, dos EUA e da União Européia.

(UNESP) Os setogramas mostram a Produção Energética Mundial em dois momentos distintos: 1973 e 2005.

 

(Dan Smith. Atlas da Situação Mundial. Um levantamento único dos eventos correntes e das tendências globais. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2007.)

A partir da observação dos gráficos e dos seus conhecimentos pode-se afirmar que

a) no contexto da produção energética mundial, entre os dois momentos analisados, a energia nuclear teve uma diminuição em seus índices porque sua construção e operação apresentam altos custos, com elevada emissão de gases de efeito estufa.
b) atualmente, a fonte de energia renovável que mais aumenta a produção é a eólica, devido ao funcionamento mais limpo e mais confiável, apesar da média emissão de gases.
c) a grande queda na produção de energia a partir do petróleo ocorreu nesse período devido à redução das reservas petrolíferas mundiais e o crescente desenvolvimento de novas tecnologias de energias não renováveis como a geotérmica e o biocombustível.
d) o rápido aumento da produção de energia de fontes não-renováveis, como a solar, hidráulica, marés, correntes marítimas e biomassa deve-se ao fato de não gerarem poluição e risco de grandes acidentes.
e) a redução de energia produzida pelo carvão mineral deve-se, entre vários fatores, ao fato de provocar elevada emissão de gases de efeito estufa e contribuir para a ocorrência de chuva ácida.

(UNESP) O petróleo não é uma matéria-prima renovável e precisou de milhões de anos para sua criação. A maioria dos poços encontra-se no Oriente Médio, na antiga União Soviética e nos EUA. Sua
importância aumentou desde meados do século XIX, quando era usado na indústria e hoje é um dos grandes fatores de conflitos no Oriente Médio. Aponte as três primeiras grandes crises do petróleo nos últimos anos.

a) A primeira foi em 1973, quando os EUA tentaram invadir Israel para dominar os poços petrolíferos desse país; a segunda foi em 1979, quando foi criado o Estado da Palestina e eclodiu o conflito com a Arábia Saudita; a terceira foi em 1991, quando começou a guerra do Iraque.
b) A primeira foi em 1973, quando houve uma crise de produção no Oriente Médio, levando ao aumento do preço dos barris de petróleo no mundo todo; a segunda foi em 1979, quando o Kuwait se recusou a vender petróleo para os EUA; a terceira foi em 1991, quando começou a guerra dos EUA contra o Afeganistão.
c) A primeira foi em 1973, devido ao conflito árabe-israelense; a segunda em 1979, quando os árabes diminuíram a produção de barris; a terceira em 1991, que acabou gerando a Guerra do Golfo, quando o Iraque invadiu o Kuwait.
d) A primeira foi em 1973, quando o Iraque invadiu a Palestina; a segunda foi em 1979, período de baixa produção de petróleo no Oriente Médio; a terceira foi em 1991, devido à Guerra do Golfo.
e) A primeira foi em 1973, quando vários países do mundo exigiram a fundação da OPEP para controlar os preços dos barris de petróleo; a segunda foi em 1979, quando se deu o conflito árabe-israelense; a terceira foi em 1991, quando teve início a guerra da Palestina.

(ESPM) Apesar da crise internacional, os Estados Unidos seguem como a grande potência econômica do mundo e, consequentemente, polarizando inúmeros países com os quais mantêm estreitas relações. O mapa abaixo configura uma relação com a potência e está retratando:


(Atlas da globalização, 2003.)
a) as principais áreas de origem dos imigrantes no país.
b) os principais mercados de software do Vale do Silício.
c) países suspeitos de organizarem atentados contra os Estados Unidos.
d) países com quem mantêm tratados comerciais especiais.
e) os principais fornecedores de petróleo.

Observe o gráfico para responder às duas próximas questões.
Durand, Marie-Françoise [et al.]. Atlas da mundialização 2009: compreender o espaço mundial contemporâneo. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 101-102.


(PUCSP) Escolha, a seguir, a alternativa que o interpreta corretamente:

a) O Brasil tem destaque no consumo de energias renováveis graças à produção do etanol.
b) O petróleo é a principal fonte de consumo de energia nos três maiores centros consumidores de energia.
c) Os principais polos consumidores de petróleo no gráfico são também os maiores produtores.
d) Os combustíveis fósseis são ainda muito dominantes no mundo, refletindo a distribuição dos centros econômicos mais poderosos do mundo.
e) A situação inferior do uso da energia nuclear assim como da hidroeletricidade, se deve a
escassez das matérias primas para sua produção.

(PUCSP) Agora leia com atenção:

“A China está negociando com o governo da Nigéria os direitos de exploração de algumas das maiores jazidas de petróleo do país africano. Segundo especialistas, o negócio deve ficar em torno de US$ 40 bilhões e garantir à potência asiática acesso a 6 bilhões de barris de petróleo, mais de 1/6 das reservas nigerianas comprovadas.”

(FOLHA de S. Paulo. China negocia 1/6 do petróleo nigeriano. 30/09/2009, p. B1)

Ainda considerando o gráfico e somando a ele essa notícia, é correto afirmar que na China

a) o imenso crescimento obriga o país a buscar estrategicamente fontes de energia em outras partes do mundo.
b) vale a pena a associação com a Nigéria, para ter acesso aos preços mais baixos do barril de petróleo nos países pobres.
c) o petróleo representa a maior parte do consumo de energia, daí ser lógico aproveitar essa especialização e procurar ter acesso a fontes no exterior.
d) a estratégia de buscar petróleo no exterior visa ao futuro, visto que, no presente, a China não é
muito dependente de fontes de energia fósseis.
e) associar-se na exploração de jazidas no exterior é caso único, pois os outros países consumidores de petróleo não praticam essa estratégia.

(UFRJ)

Principais gasodutos na Europa (existentes e planejados)


Apresente uma justificativa para as propostas de novos traçados na rede de gasodutos que abastece a Europa.

As propostas de novos traçados teriam, entre outras, as seguintes justificativas: a diversificação das fontes de suprimento de gás diminuiria a dependência da Europa Ocidental em relação à Rússia; a multiplicação de fontes fornecedoras aumentaria a segurança energética dos países do oeste europeu; os traçados alternativos evitariam as redes que atravessam áreas de instabilidade política; a instalação de novos dutos atenuaria os efeitos dos cortes de fornecimento resultantes dos conflitos entre Rússia e Ucrânia.

VESTIBULAR 2009


(UTRPR) A energia elétrica é produzida principalmente em usinas termoelétricas, hidrelétricas e termonucleares. Em qualquer dessas usinas, ela é produzida numa turbina, que consiste, essencialmente, num conjunto cilíndrico de ferro que gira em torno de seu eixo no interior de um receptáculo imantado. Na turbina, portanto, a energia cinética (de movimento) é transformada em energia elétrica. Nos diferentes tipos de usinas, o que difere é a energia primária utilizada para mover as turbinas.

Considerando o assunto acima e seus conhecimentos sobre energia primária é correto afirmar que:
a) o carvão mineral e o gás natural correspondem às energias primárias mais utilizadas em termoelétricas, nos países subdesenvolvidos, gerando e consumindo aproximadamente a metade
da energia elétrica produzida no planeta.
b) entre as fontes não-renováveis de energia, o carvão mineral é o mais abundante, principalmente no
Hemisfério Norte. Segundo estimativas, quando o petróleo se esgotar, as reservas de carvão ainda terão um período de exploração muito longo.
c) o petróleo pode ser substituído pelo carvão mineral, em situação de crise e aumento de preço, devido às maiores reservas disponíveis em países como o Brasil e a Venezuela.
d) países de dimensões continentais como o Brasil, Estados Unidos da América do Norte e a Rússia, apresentam uma enorme disponibilidade de recursos hídricos, porém com baixo aproveitamento hidroenergético.
e) a tecnologia disponível para transformar o xisto betuminoso em energia primária pode ser, uma importante fonte primária, devido ao baixo custo de beneficiamento e às enormes reservas.

(UFAL) Existem diversas modalidades de energia que são utilizadas pelo homem. Dessas, uma se caracteriza pela utilização do calor interno do planeta. Esse calor, que aciona turbinas elétricas, gera a modalidade de energia conhecida como:

a) Energia Gravitacional.
b) Energia Geotérmica.
c) Energia das Marés.
d) Energia Fóssil.
e) Energia de Xisto Betuminoso.

(UFOP) “Não existe geração de energia sem impacto ambiental. Esse impacto só será reduzido, se diminuirmos o consumo”, ressalta o pesquisador da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp, Gilberto Januzzi, em matéria publicada em 12/12/2004 no site http://www.comciencia.br.

Dentre as fontes de energia indicadas abaixo, assinale a opção que apresenta a fonte alternativa de menor impacto ambiental.
a) construção de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs)
b) construção de usinas térmicas que aproveitam a energia do urânio e do plutônio
c) geração de energia a partir dos ventos (eólica)
d) utilização de bagaço da cana e de biogás de lixo (biomassa)

(FUVEST)

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um indicador do nível de desenvolvimento socioeconômico de um dado país que leva em conta, simultaneamente, diversos aspectos, tais como expectativa de vida, índice de mortalidade infantil, grau de escolaridade e poder de compra da população. A relação entre o consumo anual de energia per capita (TEP) e o IDH, em vários países,
está indicada no gráfico abaixo, no qual cada ponto representa um país.


Com base nesse conjunto de dados, pode-se afirmar que

a) o IDH cresce linearmente com o consumo anual de energia per capita.
b) o IDH aumenta, quando se reduz o consumo anual de energia per capita.
c) a variação do IDH entre dois países é inferior a 0,2, dentre aqueles, cujo consumo anual de energia per capita é maior que 4 TEP.
d) a obtenção de IDH superior a 0,8 requer consumo anual de energia per capita superior a 4 TEP.
e) o IDH é inferior a 0,5 para todos os países com consumo anual de energia per capita menor que 4
TEP.

(UEL) A política estadunidense de estímulo à produção de etanol está vinculada:
a) Não apenas à procura de combustíveis alternativos, dos quais o etanol é um exemplo, mas também a transformações no processo produtivo, beneficiando, assim, a proteção de reservas florestais de países em desenvolvimento.
b) À busca de transformações culturais e políticas, de modo a promover uma verdadeira "revolução verde", com mudanças permanentes de padrões e hábitos de produção, distribuição, circulação e consumo de alimentos industrializados.
c) À lógica de mercado, segundo a qual o cultivo de produtos agrícolas é direcionado para a fabricação de biocombustíveis, mais lucrativos, o que gera escassez e elevação dos preços dos alimentos.
d) À procura de combustíveis alternativos, como o etanol, a fim de potencializar o uso da terra, gerando emprego, renda e conjuntamente a expansão da produção de alimentos para um mercado em constante processo de ampliação.
e) A mudanças de uma cultura consumista para uma cultura preservacionista, objetivando a manutenção dos padrões atuais de desenvolvimento econômico e social e a preservação dos recursos naturais do planeta.

(IBMECSP) "O Google anunciou nesta terça-feira (19/08) que vai investir mais de 10 milhões de dólares em tecnologia geotérmica avançada. A entidade filantrópica da empresa, a Google.org, afirmou que o investimento será destinado aos chamados Sistemas Geotérmicos Melhorados."
            (http://info.abril.com.br/aberto/infonews/082008/19082008-21.shl)

Entre as vantagens do uso de energia geotérmica, pode-se incluir:
a) O baixo custo da produção, por ser uma fonte energética que não exige grandes investimentos na infra-estrutura de captação.
b) A facilidade de transmissão da energia para regiões distantes de onde é produzida, barateando os custos finais de distribuição.
c) A baixa emissão, praticamente nula, de gases causadores do aquecimento global, tornando-a uma fonte de energia mais limpa.
d) A expansão do calor produzido nos campos geotérmicos que garantem a diminuição da temperatura no subsolo, facilitando a produção elétrica.
e) Os modestos investimentos necessários para a pesquisa e exploração dos campos geotérmicos, que usa a mesma tecnologia da exploração petrolífera.

VESTIBULAR 2008

(UNIFESP) A adoção de usinas nucleares para gerar energia voltou ao debate no Brasil em função da anunciada crise energética. Entre as implicações mais graves que este modelo de geração
de energia cria, está

a) o aumento do poder militar do Brasil, que ganhará um posto no Conselho de Segurança da ONU.
b) o lixo atômico, cuja atividade prolonga-se por gerações.
c) a ameaça de explosão por ambientalistas radicais.
d) a obrigação do país de não produzir armas nucleares, que mantém o status quo nuclear mundial.
e) o risco de acidentes fatais, dado o vazamento freqüente de material radioativo.

(INATEL)


A análise dos gráficos e os conhecimentos sobre o consumo de energia no mundo e no Brasil permitem concluir:

(01) A maior parte da energia utilizada no planeta origina-se de fontes não renováveis e poluentes, sendo que grande parte das reservas conhecidas de petróleo está concentrada em alguns países do
Oriente Médio.
(02) O petróleo responde por 43% da matriz energética mundial, e a demanda global tende a aumentar nos próximos anos, induzindo que tecnologias mais modernas precisarão atingir as áreas de difícil acesso na Sibéria e nas profundidades oceânicas.
(04) Os Estados Unidos são responsáveis pela maior parte do consumo mundial de petróleo, graças a suas imensas reservas, capazes de abastecer o país nas próximas décadas.
(08) O Brasil, ao atingir a auto-suficiência em petróleo e em gás natural, não importa mais combustíveis, estando com capacidade para produzir sua própria energia.
(16) O expressivo consumo de energia solar e eólica no mundo e no Brasil, demonstrado no gráfico, traduz a eficácia dos programas implementados a partir da assinatura do Protocolo de Kyoto.

As Alternativas corretas somam

a) 03
b) 06
c) 12
d) 20
e) 24

(FUVESTt) A questão energética contemporânea, especialmente no que se refere ao uso de combustíveis fósseis, pode ser olhada sob uma perspectiva mais ampla. A vida na Terra tem alguns bilhões de anos. Nossa espécie, que surgiu há cerca de 150 mil anos, produz ferramentas há cerca de 40 mil anos, usa carvão mineral há cerca de 300 anos e petróleo há cerca de 100 anos. Esses recursos energéticos, devidos à longa deposição de organismos, encontram-se em diversas regiões, algumas delas hoje desérticas. O consumo combinado atual desses combustíveis, sobretudo na indústria e nos transportes, equivale a uma queima da ordem de 100 milhões de barris de petróleo por dia, fato que preocupa pelo aumento, na atmosfera, de gases responsáveis pelo efeito estufa.

Da leitura desse texto, é correto afirmar que

a) há regiões desérticas que podem já ter sido oceanos, das quais extraímos hoje o que aí foi produzido muito antes da existência humana.
b) sendo os combustíveis fósseis gerados em processo contínuo, os mesmos poderiam ser utilizados
indefinidamente, não fosse o aumento do efeito estufa.
c) o consumo atual de combustíveis fósseis na indústria e nos transportes é reposto pela deposição diária de biomassa fóssil.
d) os seres humanos, nos últimos 100 anos, são responsáveis por boa parte da geração de
combustíveis fósseis, a partir da biomassa disponível.
e) o que era carvão mineral, em passado remoto, transformou-se em petróleo nos períodos recentes.

(URCA) Sobre Fontes de Energia, leia as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta:

I. A eletricidade pode ser obtida pela força da água (hidráulica); pelo vapor da queima de combustíveis fósseis (termelétricas) e pelo calor produzido pela fissão do urânio no núcleo do reator.
II. Os vulcões, os gêiseres, o sol e as fontes termais são formas de energia geotérmica, produzida pelo calor existente no interior da Terra. Porém o principal problema técnico, ainda não foi solucionado, pois o tratamento da água do vapor servido que contém boro, amônia e outros sólidos dissolvidos, podem contaminar as águas próximas à usina.
III. As centrais maremotrizes obtêm energia elétrica aproveitando o movimento das marés. Esse tipo de energia pode ser obtido por meio de um reservatório, constituído de uma barragem, uma turbina e um gerador.
IV. Se na usina hidrelétrica é o vapor de água produzido por uma caldeira aquecida pela queima do carvão e do petróleo; na usina termelétrica quem faz esse papel é a água que, embora teoricamente ela seja renovável, já sabemos que pode acabar.

a) As afirmativas I e III são verdadeiras;
b) As afirmativas I, II e III são verdadeiras;
c) As afirmativas II e IV são verdadeiras;
d) As afirmativas II, III e IV são verdadeiras;
e) As afirmativas III e IV são verdadeiras.

(FRB) Observe o gráfico e responda questão.

matriz energética brasileira


A matriz energética mundial, pautada na utilização da energia petrolífera e de seus derivados, se consolidou a partir da

a) Primeira Revolução Industrial.
b) Segunda Revolução Industrial.
c) Guerra Fria.
d) Guerra Irã-Iraque.
e) formação do Estado de Israel.

(FUVEST) A questão energética contemporânea, especialmente no que se refere ao uso de combustíveis fósseis, pode ser olhada sob uma perspectiva mais ampla. A vida na Terra tem alguns bilhões de anos. Nossa espécie, que surgiu há cerca de 150 mil anos, produz ferramentas há cerca de 40 mil anos, usa carvão mineral há cerca de 300 anos e petróleo há cerca de 100 anos. Esses recursos energéticos, devidos à longa deposição de organismos, encontram-se em diversas regiões, algumas delas hoje desérticas. O consumo combinado atual desses combustíveis, sobretudo na indústria e nos transportes, equivale a uma queima da ordem de 100 milhões de barris de petróleo por dia, fato que preocupa pelo aumento, na atmosfera, de gases responsáveis pelo efeito estufa.

Da leitura desse texto, é correto afirmar que

a) há regiões desérticas que podem já ter sido oceanos, das quais extraímos hoje o que aí foi produzido muito antes da existência humana.
b) sendo os combustíveis fósseis gerados em processo contínuo, os mesmos poderiam ser utilizados indefinidamente, não fosse o aumento do efeito estufa.
c) o consumo atual de combustíveis fósseis na indústria e nos transportes é reposto pela deposição diária de biomassa fóssil.
d) os seres humanos, nos últimos 100 anos, são responsáveis por boa parte da geração de combustíveis fósseis, a partir da biomassa disponível.
e) o que era carvão mineral, em passado remoto, transformou-se em petróleo nos períodos recentes.

(UERJ) Ao longo da história, a ampliação da capacidade produtiva das sociedades teve como contrapartida o aumento do consumo e a contínua incorporação de novas fontes de energia.


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Geografia humana

A geografia humana (ou sociografia) é o ramo da geografia que estuda os padrões e processos que formam a interação humana com os vários ambientes. Ela envolve os aspectos humanos, políticos, culturais, sociais e econômicos. Apesar do foco principal da geografia humana não ser a paisagem física da Terra (ver geografia física), dificilmente é possível discutir a geografia humana sem se referir à paisagem física onde as atividades humanas acontecem, e assim a geografia ambiental emerge como um link entre estes dois ramos da geografia. A geografia humana pode ser dividida em muitas categorias, como por exemplo :

Qichwa conchucos 01.jpg Pepsi in India.jpg Christaller model 1.jpg Star of life.svg
Geografia cultural Geografia do desenvolvimento Geografia econômica Geografia da saúde
British Empire 1897.jpg UN General Assembly.jpg Pyramide Comores.PNG ReligionSymbol.svg
Geog. histórica & temporal Geog.política & Geopolítica Geog. populacional ou Demografia Geografia da religião
US-hoosier-family.jpg RERParisVision2025.png Rio de Janeiro Helicoptero 49 Feb 2006 zoom.jpg New-York-Jan2005.jpg
Geografia social Geografia do transporte Geografia turística Geografia urbana
Cuba canna da zucchero.jpg Last census in the world.png
Geografia rural Recenseamento
Com o passar do tempo várias maneiras de se ver o estudo da geografia humana têm aparecido, como :

Geografia física

Línea de Wallace.jpg Cyclone Catarina from the ISS on March 26 2004.JPG 90 mile beach.jpg Gavin Plant.JPG
Biogeografia Climatologia & paleoclimatologia Geografia litorânea Geografia ambiental & Gestão ambiental
Meridian convergence and spehrical excess.png Delicate Arch LaSalle.jpg Receding glacier-en.svg Meander.svg
Geodésia & Topografia Geomorfologia Glaciologia Hidrologia & Hidrografia
Khajuraho-landscape.jpg World11.jpg Soil profile.jpg Pangea animation 03.gif
Ecologia de paisagem Oceanografia Pedologia Paleogeografia                        

Epistemologia

A Geografia como ciência surge sob forte influência do Positivismo Lógico. E essa condição se expressa em grande parte nos estudos de geografia até hoje. Entretanto, a Ciência evoluiu e transformou as suas orientações teórico-metodológicas.
Sobre a sua epistemologia, é proverbial ressaltar um problema não só da geografia, como também de todas as ciências ambientais: Os recursos metodológicos utilizados na verificação dos postulados ou estudos geográficos são oriundos aos primeiros passos do naturalismo (Humboldt e Ritter).
É fácil concluir que em detrimento de diversas mudanças na temática ambiental, as ciências ambientais não poderiam utilizar recursos verificatórios de um lapso cronológico em que a vertente ambiental não provia atenção alguma da mídia e menos ainda dos poderes políticos, que enxergavam apenas o fortalecimento de suas economias em função de uma interminável exploração e esgotamento dos recursos naturais. Então, é extremamente necessário pensar em uma nova epistemologia, não só para geografia, mas para as demais ciências auto-denominadas "ambientais".
Com o surgimento da discussão a respeito de um estatuto próprio para as Ciências Humanas, a Geografia sente a necessidade de revisar sua epistemologia. Os críticos do positivismo, sob influência do Historicismo de Hegel e Dilthey, afirmavam ser impossível manter a objetividade e a neutralidade do conhecimento científico. Um exemplo claro é a idéia de Incomensurabilidade do Conhecimento, de Thomas Kuhn, na qual afirma a impossibilidade de separar os conceitos e juízos de valor do conhecimento dito neutro.
Ainda no contexto do embate historicismo x positivismo surgem dois grandes nomes da Geografia: Friedrich Ratzel e Vidal de La Blache. O primeiro, influenciado por Ritter e Haeckel, notabilizou-se pelos estudos de Geografia Política e de alguma forma ajudou a consolidar a Geografia de Estado. Já o outro, empirista, trabalhou principalmente sobre o conceito de Gênero de Vida e afastou a Geografia das relações com a sociologia, então representada pela morfologia social de Émile Durkheim. Essa condição é exemplificada na famosa definição: Geografia é a ciência dos lugares e não dos Homens. La Blache e Ratzel representavam respectivamente as escolas Francesa e Alemã em uma época em que as universidades se fecharam em seus próprios países criando escolas nacionais. Lucien Febvre, historiador francês, em seu livro A Terra e Evolução do Homem, criou uma imagem reducionista deste conflito teórico-ideológico, através da criação dos conceitos de escolas geográficas: Determinismo e Possibilismo. Essa consideração reducionista contribuiu para criar imagens errôneas sobre os dois autores, e por muito tempo Ratzel foi entendido como simples determinista geográfico e La Blache como um simples possibilista geográfico. Hoje essa concepção foi superada e o recorte abstrato de Febvre foi relativizado, na medida em que nenhum dos dois Geógrafos enquadrava-se completamente nas escolas a eles atribuídas.
Durante a renovação pragmática nos EUA, surgiu uma corrente chamada Geografia Teorética, na qual os métodos quantitativos geográficos agem com métodos numéricos peculiares para (ou pelo menos é muito comum) a geografia. Por consequência à análise do espaço, provavelmente encontrará temas como a análise de rácios, análise discriminatória, e não – paramétrica e testes estatísticos nos estudos geográficos. Um expoente dessa corrente no Brasil foi Antonio Christofoletti, co-fundador da Revista de Geografia Teorética.
Sob a influência da Fenomenologia de Husserl e Merleau-Ponty foram desenvolvidos estudos de Geografia da Percepção, que valorizam a construção subjetiva da noção de espaço perceptivo. Inter-relações com a psicologia de massas e psicanálise, entre outras áreas, garantiram uma multidisciplinalidade desses estudos na (re)construção de conceitos como horizonte geográfico, (percepção do) lugar, sociabilidade e percepção do espaço, espaço esquizóide, entre outros. Alguns textos de Armando Corrêa da Silva fazem referência à Geografia da Percepção. Cabe também ressaltar que a influência da fenomenologia foi importante para o desenvolvimento da Geografia Humanista.
No final da década de 70 iniciou-se um movimento de renovação crítica da Geografia humana, marcado no Brasil pelo encontro nacional de Geógrafos em 1978 no Ceará. Esse movimento acompanhou a inserção do marxismo como base teórica do discurso geográfico humano e assimilou um arcabouço conceitual do marxismo na construção de teorias sobre a (re)produção do espaço e a formações sócio-espaciais.
No Brasil, um representante dessa corrente, conhecida como Geocrítica ou Geografia Crítica, foi Milton Santos. O geógrafo Armando Corrêa da Silva escreveu alguns artigos sobre as possíveis limitações que uma adesão cega a essa corrente pode causar.
Na Itália, Massimo Quaini foi o principal autor a escrever sobre a relação entre a corrente marxista e a Ciência Geográfica.
O principal veículo de divulgação da Renovação Crítica da Geografia humana foi a Revista Antipode, criada em agosto de 1968 nos Estados Unidos, sob a direção editorial de Richard Peet, então professor na University of British Columbia. O primeiro artigo da Revista justificava seu subtítulo – A Radical Jornal Of Geography – escrito por David Stea, "Positions, Purposes, Pragmatics: A Journal Of Radical Geography", introduzia no mundo acadêmico uma publicação que viria a ter muita importância para discussões no âmbito da ciência geográfica.
Antipode já contou a com a participação de Geógrafos como Milton Santos e David Harvey, que até hoje é um dos colaboradores, além de um grupo de cientistas do mundo todo: EUA, Canadá, Japão, Índia, Inglaterra, Espanha, África do Sul, Holanda, Suíça, Quênia, coordenados sob a editoração de Noel Castree da Universidade de Manchester (Inglaterra) e Melissa Wright da Universidade da Pensilvânia (EUA).

[editar] Geógrafo e Professor de Geografia

No Brasil, o Geógrafo é o profissional que fez o Bacharelado em Geografia, legalmente habilitado através da Lei 6664/79, no qual remete-se ao registro no CREA- Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura- de seu estado.
A diferenciação profissional entre um Geógrafo e um Professor de Geografia é que o Geógrafo possui habilitação para emissão de pareceres técnicos, desde que regularmente associado ao CREA, assim como para a elaboração de EIA/RIMA, podendo também prestar concursos públicos para quadros estatais que precisem de bacharelados.
Já o professor de Geografia é o profissional que tem titulação de Licenciado em Geografia, podendo exercer legalmente apenas as funções de docência, do 6º ano ao 9º ano do Ensino Fundamental (antigas 5ª a 8ª série), e todo o Ensino Médio de uma mesma escola.
Para lecionar no Ensino Superior, tanto o licenciado quanto o bacharel, o requisito é um curso de mestrado, não necessariamente na Geografia, mas também nas áreas afins. A obrigatoriedade fica por conta de cada edital de concurso ou da política interna das universidades.
Historicamente, o geógrafo vem perdendo colocação no mercado de trabalho para o Engenheiro Ambiental e geólogo, devido à visão segmentada do conhecimento que o mercado exigiu nos últimos anos, pois o geógrafo não se compatibiliza com análises segmentadas e sim é capacitado para lidar com a visão de totalidade que envolve as análises das dinâmicas sócio-espaciais, seu principal objeto de estudo.
Apesar de nos últimos anos o próprio modo capitalista de produção ter contribuído para a segmentação do conhecimento, há uma tendência no mercado de trabalho onde é importante ter a capacitação de analisar a totalidade dos fenômenos de maneira interdisciplinar. Dessa forma o Geógrafo acaba sendo um importante profissional cada vez mais designado para coordenar equipes multidisciplinares devido a sua formação abrangente.
Contudo, os Geógrafos vem nesta última década, ganhando considerável espaço no mercado de trabalho no Brasil e no mundo, em função principalmente de novas tecnologias, que estão sendo aliadas para a conversão e produção de trabalhos em meio digital.
Frente ao Mercado de trabalho Atual no Brasil, alguns profissionais compartilham informações em comum, são estes os : Geógrafos, Engenheiros Agrimensores, Engenheiros Cartógrafos, principalmente.

História do pensamento geográfico

A história do pensamento geográfico se inicia com os gregos, os quais foram a primeira cultura conhecida a explorar activamente a Geografia como ciência e filosofia, sendos os maiores contribuintes Tales de Mileto, Heródoto, Eratóstenes, Hiparco, Aristóteles, Estrabão e Ptolomeu. A cartografia feita pelos romanos, à medida que exploravam novas terras, incluía novas técnicas. O périplo era uma delas, uma descrição dos portos e escalas que um marinheiro experimentado poderia encontrar ao longo da costa; dois exemplos que sobreviveram até hoje são o périplo do cartaginês Hanão o Navegador e um périplo do mar eritreu, que descreve as costas do Mar Vermelho e do Golfo Pérsico.
Durante a Idade Média, Árabes como Edrisi, Ibn Battuta e Ibn Khaldun aprofundaram e mantiveram os antigos conhecimentos gregos. As viagens de Marco Polo espalharam pela Europa o interesse pela Geografia. Durante a Renascença e ao longo dos séculos XVI e XVII, as grandes viagens de exploração reavivaram o desejo de bases teóricas mais sólidas e de informação mais detalhada. A Geographia Generalis de Bernardo Varenius e o mapa-mundo de Gerardo Mercator são exemplos importantes.
Durante o século XVIII, a Geografia foi sendo discretamente reconhecida como disciplina e tornou-se parte dos currículos universitários. Ao longo dos últimos dois séculos a quantidade de conhecimento e o número de instrumentos aumentou enormemente. Há fortes laços entre a Geografia, a Geologia e a Botânica.
No Ocidente, durante os séculos XIX e século XX, a disciplina geográfica passou por quatro fases importantes: determinismo geográfico, geografia regional, revolução quantitativa e geografia radical.
O determinismo geográfico defendia que as características dos povos se devem à influência do meio natural. Deterministas proeminentes foram Carl Ritter, Ellen Churchill Semple e Ellsworth Huntington. Hipóteses populares como "o calor torna os habitantes dos trópicos preguiçosos" e "mudanças freqüentes na pressão barométrica tornam os habitantes das latitudes médias mais inteligentes" eram assim defendidas e fundamentadas. Os geógrafos deterministas tentaram estudar cientificamente a importância de tais influências. Nos anos 1930, esta escola de pensamento foi largamente repudiada por lhe faltarem bases sustentáveis e por ser propensa a generalizações.
O determinismo geográfico constitui um embaraço para muitos geógrafos contemporâneos e leva ao ceticismo sobre aqueles que defendem a influência do meio na cultura (como as teorias de Jared Diamond).
Porém o determinismo foi uma teoria reducionista do pensamento do alemão Friedrich Ratzel, que dizia que o meio influencia, mas não que determinava o homem. E muito provavelmente esta teoria tenha sido criada por políticos e militares de uma classe hegemônica-dominante-européia para justificar a exploração em suas colônias. Tanto que para os geógrafos mais esclarecidos, o possibilismo de Vidal de La Blache (teoria que vem a dizer que o homem tem a possibilidade de intervir no meio), seria na verdade uma complementação, uma continuação da teoria de Ratzel e não uma oposição, como a maioria enxerga e ensina, de forma simplista.
A Geografia Regional representou a reafirmação de que os aspectos próprios da Geografia eram o espaço e os lugares. Os geógrafos regionais dedicaram-se à recolha de informação descritiva sobre lugares, bem como aos métodos mais adequados para dividir a Terra em regiões. As bases filosóficas foram desenvolvidas por Vidal de La Blache e Richard Hartshorne. Vale à pena lembrar que enquanto Vidal vê a região como uma determinada paisagem, onde os gêneros de vida determinam a condição e a homogeneidade de uma região, Hartshorne não utilizava o termo região: para ele os espaços eram divididos em classes de área, nas quais os elementos mais homogêneos determinariam cada classe, e assim as descontinuidades destes trariam as divisões das áreas. E este ficou conhecido como método regional.
A revolução quantitativa foi a tentativa de a Geografia se redefinir como ciência, no renascer do interesse pela ciência que se seguiu ao lançamento do Sputnik. Os revolucionários quantitativos, frequentemente referidos como "cadetes espaciais", declaravam que o propósito da Geografia era o de testar as leis gerais do arranjo espacial dos fenômenos. Adotaram a filosofia do neopositivismo ou positivismo lógico das ciências naturais e viraram-se para a Matemática - especialmente a estatística - como um modo de provar hipóteses. A revolução quantitativa fez o trabalho de campo para o desenvolvimento dos sistemas de informação geográfica.
Neste caso, é bom lembrar que a geografia em seu início com Humboldt, Ratzel, Ritter, La Blache, Hartshorne e outros já se utilizava de métodos positivistas, e a mudança de paradigma que ocorreu com a matematização do espaço foi a da inclusão da informática para a quantificação dos dados, pelo método neopositivista, por volta dos anos 1950 no Brasil.
Apesar de as perpectivas positivista e pós-positivista permanecerem importantes em Geografia, a Geografia Radical surgiu como uma crítica ao positivismo. O primeiro sinal do surgimento da Geografia Radical foi a Geografia Humanista. A partir do Existencialismo e da Fenomenologia, os geógrafos humanistas (como Yi-Fu Tuan) debruçaram-se sobre o sentimento de, e da relação com, lugares. Mais influente foi a Geografia Marxista, que aplicou as teorias sociais de Karl Marx e dos seus seguidores aos fenómenos geográficos. David Harvey e Richard Peet são bem conhecidos geógrafos marxistas. A Geografia feminista é, como o nome sugere, o uso de ideias do feminismo em contexto geográfico. A mais recente estirpe da Geografia Radical é a geografia pós-modernista, que emprega as ideias do pós-modernismo e teorias pós-estruturalistas para explorar a construção social de relações espaciais.
Quanto ao conhecimento geográfico no Brasil, não se pode deixar de observar a grande importância e influência do Geógrafo mais reconhecido do país seguido de Aziz Ab'Saber e seu pioneirismo, não por profissão, mas por méritos, Milton Santos. Com várias publicações, Milton Santos, tornou-se o pai da Geografia Crítica que faz análises e fenomenológicas dos fatos e incidências de casos. Isso é importante, visto que a Geografia é uma ciência global e abrangente, e somente o olhar geográfico aguçado consegue identificar determinados processos, sejam naturais ou sócio-espaciais. Vale ressaltar também os importantes estudos do professor Jurandyr Ross, que se dedicou a mapear, de forma bastante detalhada, o relevo brasileiro além das inúmeras publicações do professor doutor José William Vesentini que se tornaram referência no estudo da Geografia no Brasil.
Não podendo esquecer de geógrafos como Armen Mamigonian, Manuel Correia de Andrade, Roberto Lobato Corrêa, Ruy Moreira, Armando Correa da Silva, Antonio Cristofoletti, Ariovaldo Umbelino de Oliveira, entre outros de outras épocas, não tão conhecidos como os que fizeram suas carreiras na Universidade de São Paulo.

Ontologia

Há muitas interpretações do que seria o objeto geográfico. Ratzel afirma que a Geografia estuda as relações recíprocas entre sociedade e meio, entre a vida e o palco de seus acontecimentos. Filósofos que buscaram criar uma ontologia marxista como Georg Lukács, influenciaram a construção de um modelo de análise do objecto da Geografia. Milton Santos se debruçou sobre a construção de um modelo ontológico, explicitado na análise dialética do movimento da totalidade para o lugar.
Uma afirmação comum é de que Há tantas geografias quanto forem os geógrafos. Apesar de as múltiplas possibilidades de orientações teórico metodológicas caminharem em direções diferentes, deve-se respeitar a caracterização da Ciência Geográfica e as formulações acerca de seu objecto.
Cabe ainda afirmar que a distinção entre Geografia Humana e Geografia Física se refere aos ramos da Ciência Geográfica, pois as Geograficidades não apresentam essa fragmentação, decorrente exclusivamente da construção do conhecimento sobre a realidade.
De qualquer forma a ciência deve dar conta de questionar a relação dialética do homem com a natureza, é impossível analisar o "meio natural" sem entender a relação que tem com o homem e da mesma forma é impossível analisar o "meio social" sem compreender as determinações que vem da relação que tem com a natureza. Há ainda discussões entre a Geografia técnica e a Geografia escolar, porem ambas as parte do conhecimento cientifico apurado através do questionamento da razão, ou seja, "advém" da filosofia grega.

ESTUDAR GEOGRÁFIA

A geografia é uma Ciência que estuda a relação entre a Terra e seus habitantes. Os geógrafos querem saber onde vivem os homens, as plantas e os animais, onde se localizam os rios, os lagos, as montanhas, as cidades. Estudam porque esses elementos se encontram ,onde estão, e como eles se inter-relacionam. A palavra geografia vem do grego geographía (γεογραπηία), que significa descrição da Terra.
A geografia depende muito de outras áreas do conhecimento para obter informações básicas, especialmente em alguns ramos especializados. Utiliza os dados da química, da geologia, da matemática, da história da física, da astronomia, da antropologia e da biologia, e os relaciona com o estudo dos povos e de seu meio-ambiente.
Os geógrafos utilizam inúmeras técnicas, como viagens, leituras e estudo de estatísticas. Os mapas são seu instrumento e meio de expressão mais importante. Além de estudar mapas, os geógrafos os atualizam graças às suas pesquisas especializadas, aumentando assim o nosso conhecimento geográfico.
Como o conhecimento da geografia é útil às pessoas em sua vida cotidiana, o aprendizado da geografia se inicia no jardim de infância ou no ensino fundamental e estende-se até a universidade. O objetivo básico do estudo da geografia é o desenvolvimento do sentido de direção, da capacidade de ler mapas, da compreensão das relações espaciais e do conhecimento do tempo, do clima e dos recursos naturais.
O homem sempre precisou e se utilizou do conhecimento geográfico. Os povos pré-históricos tinham de encontrar cavernas para morar e reservas regulares de água. Tinham também de morar perto de um lugar onde pudessem caçar. Sabiam localizar os rastros dos animais e as trilhas dos inimigos. Usavam carvão ou argila colorida para desenhar mapas primitivos de sua região nas paredes das cavernas ou nas peles secas dos animais.
Com o tempo, o homem aprendeu a lavrar a terra e domesticar os animais. Essas atividades o forçaram a prestar mais atenção ao clima e à localização dos pastos. Mas a extensão de seu conhecimento certamente não ia além da distância que podia percorrer e um dia.
Hoje em dia não podemos nos satisfazer com um conhecimento geográfico limitado à área que circunda nossas casas. Hoje, nem mesmo basta às pessoas conhecer as terras e os mares próximos, como acontecia na época do Império Romano. Para satisfazer nossas necessidades, precisamos saber um pouco da geografia da Terra inteira.